Às vezes comparo minha vida àquele número circense em que um sujeito qualquer equilibra vários pratos que rodam sobre os espetos. Os pratos vão perdendo velocidade e para não se quebrarem no chão precisam que o infeliz aflito esteja sempre lhes dando impulso - mas há dez pratos para equilibrar, e enquanto ele sequer alcançou o décimo o primeiro já dá sinais de socorro. Assim é em mim e não creio que haja quem escape. Há em cada prato meu um pedaço de mim que é meu dever manter em equilíbrio.
sábado, junho 27, 2009
domingo, junho 21, 2009
Sempre depois das três eu paro um pouco o serviço e tomo um café. Tem dias que vai frio mesmo - nossa garrafa térmica, de fabricação duvidosa, não sustenta quente o café por muito tempo; se fosse numa cafeteira automática, dessas de empresa grande, a dose nunca sairia fria. Mas trabalho agora numa repartição pública do município - e cafeteira automática por aqui é um luxo proibido, uma injúria em relação ao resto. Trabalhei em empresa grande, também. Aí quem ofende é a garrafa térmica - e como tudo naquele lugar tinha que parecer moderno, a cafeteira automática de certa forma é uma necessidade. O ruim era para as pessoas, que na maioria do tempo tinham também que parecer modernas, pelo menos por fora, e por isso se vestiam mais ou menos de forma igual, como se fossem modernas cafeteiras automáticas em vez de garrafas térmicas com café de ontem.
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