Ouço muitas pessoas dizerem não se arrepender de nada; quase nenhuma, porém, diz o contrário. Eu, nesse caso, pertenço à minoria. Todos os dias eu me arrependo de alguma coisa. São sempre aquelas palavras a mais ou a menos, ou aqueles gestos muitas vezes excessivos ou muitas vezes insuficientes que, mal saem de nós, já trazem a sensação imediata e inequívoca do arrependimento. Somos simplesmente submetidos. E o que faz o ser humano diante dessa arbitrariedade?
Quando temos a sensação da fome, comemos. Bebemos quando temos sede e dormimos quando temos sono. Mas, quando invadidos pela sensação do arrependimento, tratamos logo de ignorá-la, como se não tivéssemos que dar ouvidos aos apelos de nossa voz interior; como se fosse virtude transformar tudo aquilo que incomoda e atormenta em nossos fantasmas para depois calá-los. E ignoramos, assim, que o próprio arrependimento é talvez nossa maior virtude; talvez até maior que o perdão. E cada um que não se arrepender, considera o outro apenas em relação a si mesmo, o que seria o fim da vida em sociedade. Ou, na melhor das hipóteses, voltaríamos para as cavernas, de onde na verdade o homem nunca quis sair.
Quando temos a sensação da fome, comemos. Bebemos quando temos sede e dormimos quando temos sono. Mas, quando invadidos pela sensação do arrependimento, tratamos logo de ignorá-la, como se não tivéssemos que dar ouvidos aos apelos de nossa voz interior; como se fosse virtude transformar tudo aquilo que incomoda e atormenta em nossos fantasmas para depois calá-los. E ignoramos, assim, que o próprio arrependimento é talvez nossa maior virtude; talvez até maior que o perdão. E cada um que não se arrepender, considera o outro apenas em relação a si mesmo, o que seria o fim da vida em sociedade. Ou, na melhor das hipóteses, voltaríamos para as cavernas, de onde na verdade o homem nunca quis sair.
Um comentário:
Verdade absoluta....muito bom o que vc escreveu.
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